entre o sonho e o ser
Li uma frase de uma realizadora de nova geração portuguesa, que dizia mais ou menos isto: 25- 30 anos é aquela idade em que se transita que se sonhou ser para o que a vida fez de nós.
Comecei por ficar deprimida. Afinal, tenho 28 anos. E estou mesmo nessa fase de andar a pensar o que estou eu a fazer da minha vida. O que sonhei eu? Sonhei ir dar aulas para Cabo Verde durante dois anos. Sonhei organizar um festival de verão (antes dos festivais de verão serem moda) na Arrifana. Sonhei ter dois meses seguidos de férias, como na primária. Sonhei encontrar uma alma gémea. Sonhei escrever um livro. Nenhuma destas coisas foram concretizadas. E, para dizer a verdade, ainda bem. (um festival de Verão na Arrifana já aconteceu, nos anos 80, quando lá tocaram os kús de judas e os ratos de porão e aquela aldeia de 150 pessoas se encheu de punks de cristas às cores - obrigado, mas não queremos mais). Mas por outro lado, não posso estar triste. Viajei mais do que muita gente, bebi mais do que muita gente, diverti-me mais do que muita gente, amei mais do que muita gente. Tenho um filho lindo. E por isso, ainda bem que todas as outras coisas não aconteceram. Porque ainda estão lá, nesse mundo bonito dos sonhos inconcretizáveis, das coisas que podiam ter sido mas não foram.
Comecei por ficar deprimida. Afinal, tenho 28 anos. E estou mesmo nessa fase de andar a pensar o que estou eu a fazer da minha vida. O que sonhei eu? Sonhei ir dar aulas para Cabo Verde durante dois anos. Sonhei organizar um festival de verão (antes dos festivais de verão serem moda) na Arrifana. Sonhei ter dois meses seguidos de férias, como na primária. Sonhei encontrar uma alma gémea. Sonhei escrever um livro. Nenhuma destas coisas foram concretizadas. E, para dizer a verdade, ainda bem. (um festival de Verão na Arrifana já aconteceu, nos anos 80, quando lá tocaram os kús de judas e os ratos de porão e aquela aldeia de 150 pessoas se encheu de punks de cristas às cores - obrigado, mas não queremos mais). Mas por outro lado, não posso estar triste. Viajei mais do que muita gente, bebi mais do que muita gente, diverti-me mais do que muita gente, amei mais do que muita gente. Tenho um filho lindo. E por isso, ainda bem que todas as outras coisas não aconteceram. Porque ainda estão lá, nesse mundo bonito dos sonhos inconcretizáveis, das coisas que podiam ter sido mas não foram.
1 Comments:
Tanto quanto me lembro quando sonhava geralmente também estava deprimida...
Enquanto deprimir nos fizer sonhar vale a pena deprimir!
By mir, at 12:03 da tarde
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