Distração divina
Na escola primária da Arrifana nunca houve mais de 30 alunos. E todas as classes eram metidas na mesma sala de aula. A professora tinha a teoria que a inteligência se media pela curvatura do crânio na zona da nuca. E exemplificava com alguns dos alunos, colocados em perfil junto ao quadro: o Álvaro Zé era lisinho, por isso, burro; O Rui tinha uma curvatura acentuada e por isso era o mais inteligente das turmas; o Carlitos Cabeçudo era um erro da Natureza. Deus devia andar distraído.
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