Casa de Espíritos

terça-feira, junho 12, 2007

O Ruca

O Ruca cheirava sempre bem. No último dia que nos vimos, no hospital em Windhoek, eu saí do quarto da T. e ele vinha a chegar. Vinha ao fundo do corredor, cheiroso (o Old Spice não cheira assim tão bem, mas nele cheirava), vestido de branco. A camisa de linho por fora das calças, o cabelo molhado, penteado com gel, a barba feita. ‘Maninha!’, disse ele entre um sorriso aberto. ‘Estás uma mulherzinha!’ E abraçou-me. Dei-lhe um beijinho na cara e fiz-lhe uma festinha. Ele sorriu e demos alguns passos abraçados. O Ruca cheirava tão bem.

Já fez 15 anos que se foi. Onde estaria ele agora? Onde estará ele agora?

1 Comments:

  • É verdade, Irina, o "meu" RUCA cheirava sempre bem. Ensinei-o desde pequenino a que uma água de colónia sempre ajuda.Obrigado por gostares do RUCA, assim de sorriso aberto e cheiroso.

    O Pai do Ruca

    By Blogger Leston Bandeira, at 3:19 da tarde  

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