Casa de Espíritos

sexta-feira, outubro 20, 2006

Vinicius

Casou nove vezes. Precisava de estar apaixonado. Sofria de morte quando tudo acabava, mas começava tudo como se fosse a primeira vez. Vinicius de Moraes morreu de cirrose, depois de um sem número de tentativas de reabilitação do seu vício no álcool. O poetinha era, afinal, um poeta maior. O poeta do amor puro, do amor dorido (“O amor só é bom se doer”). Fica um poema.

“É inútil fingir
Não te quero enganar
É preciso dizer adeus
É melhor esquecer
Sei que devo partir
Só me resta dizer adeus

(Peço-te perdão
Mas quero-te lembrar
Como foi lindo o que morreu)

E essa beleza de amar
Que foi tão nossa,
E me deixa tão só
Eu não quero perder
Eu não quero chorar
Eu não quero trair
Porque tu foste pra mim, meu amor
Como um dia de Sol…”