Casa de Espíritos

terça-feira, março 28, 2006

Descubra as diferenças


"As centrais sindicais francesas asseguram que por todo o país estão hoje na rua mais de três milhões de pessoas, que contestam assim o Contrato do Primeiro Emprego (CPE)" (in TSF.pt).
Novo Maio de 68 ou apenas um forte Março de 2006? (Quase) 38 anos depois, França volta a parar, e são mais uma vez os jovens a originar os protestos. O resto do país junta-se-lhes na luta (afinal, 'nous sommes tous indésirables'). Antes, as razões eram ideológicas, sociais e muito emocionais. Hoje, passaram a ser económicas, mas muito conscientes socialmente.
Dizia Luís Cília (um músico da onda protestária que estava em Paris no Maio de 68), hoje de manhã, na TSF: "Há pouco dizia [o locutor] que Portugal vai parar pelo jogo do Benfica. Em França pára-se por outras razões. Assim se vê o nível de consciência social de cada um dos países".

(Em Portugal, a comissão de trabalhadores da PT adia o protesto contra a OPA e opta por passar um abaixo-assinado para entregar à administração).

Há palavras que nos beijam

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

Alexandre O'Neill

Regresso

Depois de mais de uma semana de ausência, regresso. Com mais ou menos coisas para dizer, para que nada fique por dizer.

terça-feira, março 14, 2006

Um bom dia...

...é acordar com os beijinhos do meu filho.

quarta-feira, março 08, 2006

Detalhes*



Não adianta nem tentar me esquecer
Durante muito tempo em sua vida, eu vou viver
Detalhes tão pequenos de nós dois
São coisas muito grandes pra esquecer
E toda hora vão estar presentes, você vai ver

Se um outro cabeludo aparecer na sua rua
E isso lhe trouxer saudades minhas, a culpa é sua
O ronco barulhento do seu carro
A velha calça desbotada ou coisa assim
Imediatamente você vai lembrar de mim

Eu sei que um outro deve estar falando ao seu ouvido
Palavras de amor como eu falei mas eu duvido
Duvido que ele tenha tanto amor
E até os erros do meu português ruim
E nessa hora você vai lembrar de mim

À noite envolvida no silêncio do seu quarto
Antes de dormir você procura o meu retrato
Mas na moldura não sou eu quem lhe sorriMas você vê o meu sorriso mesmo assim
E tudo isso vai fazer você lembrar de mim
Se alguém tocar seu corpo como eu não diga nada

Não vá dizer meu nome sem querer à pessoa errada
Pensando ter amor nesse momento

Desesperada você tenta até o fim
E até nesse momento você vai lembrar de mim
Eu sei que esses detalhes vão sumir na longa estrada

Do tempo que transforma todo o amor em quase nada
Mas quase também é mais um detalhe
Um grande amor não vai morrer assim

Por isso, de vez em quando, você vai, vai lembrar de mim
Não adianta nem tentar me esquecer

Durante muito, muito tempo em sua vida eu vou viver
Não, não adianta nem tentar me esquecer

*Não sou fã de Roberto Carlos mas há que reconhecer: o homem tem músicas muito bonitas. Acho que sabem do que falo...
** Este post está aqui por causa do concerto e por causa da conversa matinal com a lady e com o caro colega.


terça-feira, março 07, 2006

Brokeback mountain...

...ou diria antes: 'dobra a espinha na montanha'? lol

Gostava de...


...conhecer São Tomé.

(já 'conheço' o São Tomé e Príncipe antigo, do Equador, do MST)
(fiquei fã do São Tomé de hoje do pegadas-por-ai.blogspot.com)

quinta-feira, março 02, 2006

transversal do tempo

ontem, quando ia num taxi a caminho de casa, tive uma sensação estranha. acho que fui atingida por uma espécie de transversal do tempo. tinha lido há pouco tempo um texto lindo. triste mas lindo. e por culpa desse texto, tive muito medo de não estar cá para o meu filho. e senti, na pele, que ele vai crescer. e que eu não vou poder inundá-lo para sempre de beijos e abraços. que não vou poder cheirá-lo eternamente. que não vou conseguir sentir o calor da sua respiração. e que, um dia, ele vai achar que eu sou uma chata. por isso, até que esse(s) dia(s) cheguem, vou ser chata mesmo. e aproveitar cada minuto que tenho para mim, para ele.

Mulheres*

"Sou um sujeito curioso por desconhecer, por querer saber, por querer entender e não entender nunca".
*na visão de Chico Buarque. e na minha também.