Casa de Espíritos

terça-feira, abril 18, 2006

Elis Regina Carvalho Costa


Para uma fã incondicional de Elis como eu, ter um DVD onde a possa ver a cantar é qualquer coisa de transcendente. Comprei o meu primeiro DVD da Elis na semana passada. É verdade que já estava disponível no mercado um outro, a obra-prima de Elis & Tom. Mas, para mim, esse álbum é de tal forma perfeito que eu não conseguiria ter uma outra versão dele. Não sei se é medo de desilusão (provavelemnte não). Talvez seja medo de ver esses 'deuses' apenas como humanos...
'Elis Regina Carvalho Costa' foi um programa que a Globo fez com a cantora em 3 de Outubro de 1980, alguns meses antes desta ter passado para outra dimensão. E é esse programa, restaurado (pela Trama do seu filho mais velho) em imagem e som, que a Vidisco editou em Portugal.
São 13 (ou14?) músicas de uma Elis quase perfeita. E tem, provavelmente, a interpretação mais emotiva do 'Atrás da Porta' que alguma vez vi/ouvi. tem também uma entrevista com Daniel Filho, o realizador do programa, que conta as histórias por detrás do show.
Para quem gosta de Elis, pode também ouvi-la falar sobre si própria nos vídeos que a Trama tem disponíveis no site, em comemoração dos 60 anos da cantora (faria no ano passado). Em www.trama.com

segunda-feira, abril 17, 2006

Expressões que começo a odiar (1)

"É a vida".
ou
"A vida é assim".

Normalmente usadas em situações onde não há mais a dizer. Há sempre mais alguma coisa a dizer.

quinta-feira, abril 06, 2006

entre o sonho e o ser

Li uma frase de uma realizadora de nova geração portuguesa, que dizia mais ou menos isto: 25- 30 anos é aquela idade em que se transita que se sonhou ser para o que a vida fez de nós.
Comecei por ficar deprimida. Afinal, tenho 28 anos. E estou mesmo nessa fase de andar a pensar o que estou eu a fazer da minha vida. O que sonhei eu? Sonhei ir dar aulas para Cabo Verde durante dois anos. Sonhei organizar um festival de verão (antes dos festivais de verão serem moda) na Arrifana. Sonhei ter dois meses seguidos de férias, como na primária. Sonhei encontrar uma alma gémea. Sonhei escrever um livro. Nenhuma destas coisas foram concretizadas. E, para dizer a verdade, ainda bem. (um festival de Verão na Arrifana já aconteceu, nos anos 80, quando lá tocaram os kús de judas e os ratos de porão e aquela aldeia de 150 pessoas se encheu de punks de cristas às cores - obrigado, mas não queremos mais). Mas por outro lado, não posso estar triste. Viajei mais do que muita gente, bebi mais do que muita gente, diverti-me mais do que muita gente, amei mais do que muita gente. Tenho um filho lindo. E por isso, ainda bem que todas as outras coisas não aconteceram. Porque ainda estão lá, nesse mundo bonito dos sonhos inconcretizáveis, das coisas que podiam ter sido mas não foram.